segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Etiquetas

Uma das coisas mais
difíceis para qualquer ser
humano é o não julgar.

O que chamamos de primeira
impressão é em si um
julgamento e afirma-se mesmo
que é o que conta,
o que fica,
o que importa.

É difícil colocar-se em
lugar neutro diante de um
primeiro encontro,
um primeiro olhar,
uma primeira conversa.

Julgar faz parte da nossa
natureza e se uma pessoa não
causa impressão nenhuma
à outra deve haver algo
muito errado.

O que não podemos fazer é
continuar nessa impressão,
sobretudo se for negativa,
sem dar ao outro
a oportunidade de fazer-se
conhecer ou a uma situação
a oportunidade de ser
esclarecida.

Se julgar pode parecer natural,
fechar-se nesse julgamento
pode nos impedir
de ver o outro com a luz
clara do dia,
de outra maneira,
com outros olhos.

Nesse meu aprendizado da vida,
já me enganei muitas
vezes e sei que já se
enganaram comigo.

As pessoas nem sempre
são o que parecem e muitas
vezes parecem o
que não são.

Frequentemente,
por detrás de uma capa de indiferença,
existe um coração sofrido
e endurecido pela vida e
que só pede um pouquinho
mais de atenção.

Escondido atrás de alguém
que fala demais pode existir
um ser que sente-se
infinitamente só.

Se não cavamos a terra
e não procuramos,
não achamos ouro e os
diamantes precisam de muito
mais trabalho para serem
encontrados.

A simpatia cria laços imediatos
e a antipatia direta corta toda
possibilidade de encontro
real com o outro.

Dizem que quando isso
acontece há sempre uma
ligação daquela situação a
alguma outra coisa,
ou seja,
se julgamos imediatamente
uma pessoa antipática é porque
algo nela nos faz lembrar
outra pessoa ou outra situação.

Transferimos nossos sentimentos
e impressões segundo
aquilo que vivemos e não
levamos em conta que duas
pessoas não são iguais.

Deixamos de ver o indivíduo
como exemplar único
da criação Divina e cometemos
um grave erro.

Por que não damos oportunidades,
perdemos, invariavelmente,
oportunidades.

Nossos corações são cegos
e por isso nos fechamos tanto.

Muitas e preciosas são
as pessoas preciosas que
passam por nós.
Algumas, entretanto,
precisam de um olhar
um pouco mais longo e
cheio de atenção.
Se quero que todos vejam
a dor ou o amor dentro de mim
para que eu possa me justificar,
devo agir de maneira igual
para com todos.

Devo ver além da pele,
da situação,
da aparência enganosa.

Devo me esquecer das etiquetas
que colamos sem perceber,
devo abrir mais vezes os olhos
do meu coração.

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 06 de Fevereiro de 2.011.

Nenhum comentário: