quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CADA UM TEM SEU DESERTO POR ATRAVESSAR



















O deserto constitui um
lugar de passagem.
Uma travessia que,
aparentemente,
parte do nada e o leva
a lugar nenhum.

Duro de atravessar,
assemelhando-se a um calvário,
por ser doloroso e sofrido,
retratado nas rugas que
sulcam o rosto,
a transparecer caminhos sem fim,
dos que enfrentam o deserto.

Como se não bastasse
o calor tórrido de
dia que nos põe em contato
com o inferno,
para, de noite,
enregelar com o intuito
de nos ensinar a lidar com
os altos e baixos de uma
cruzada sem fim,
que, na verdade,
é a vida.

O que nos remete ao medo
de afundar na areia e
ali sermos sepultados em
meio a escorpiões que nos
picam para alertar que
não podemos confiar
em ninguém.

Em suma, no deserto,
você está rigorosamente
sozinho à mercê da aridez do
clima e de
condições inóspitas que,
aparentemente,
tornam difícil a sobrevivência.

Induzido pela areia que
lembra um mundo em dissolução
- se o que era sólido,
virou pó.

Sozinho,
não fora as miragens
que rodam o filme da
água em cascata,
potável e fresca,
em plena imensidão
desértica sob ventos
abrasadores,
nas quais acreditamos
logo que as vemos.
Até que se rompa a ilusão
trazida pela sede,
desvanecendo-se no horizonte.
Então,
em quem podemos confiar
nessas circunstâncias?

Circunstâncias que não
são muito diferentes de
outras com que nos
defrontamos.

O deserto sempre nos conduz
para os nossos desertos
interiores,
onde reina o silêncio,
por vezes mal
compreendido por nós.
Igualmente árduo e penoso
atravessar esses desertos.

Por só conseguirmos
travar contato com a
materialidade do mundo,
restritos a nós mesmos
e às nossas memórias,
quando procuramos
vencê-los.

Encaramos as manifestações
espirituais ao longo do
percurso como pura miragem
- obra do fortuito destino
ou mera coincidência.
Não atinamos para os sinais que
delas advêm como suporte
para demonstrar que
não estamos sozinhos nesse
mundo de Deus e à mercê
de nossa própria sorte.

Por isso,
cada pessoa tem
o seu próprio deserto
por atravessar.
Onde será necessário
distinguir dentre mais e
mais miragens,
separando os véus que
deixam nossa visão embaçada,
quem avança em nossa direção,
se merece confiança ou
não para consumar alianças,
estabelecer crédito e adquirir
sabedoria em cada trecho,
por menos importante que seja,
aparentemente.

AUTORIA: Jean Yves lelopup
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Texto enviado aos amigos do
"Grupo Mensagem de Domingo"
no dia 23 de Novembro de 2.014.
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