Como amar essas flores tão
desiguais a nós?
Ah, não inferiores,
menos belas
ou menos interessantes,
mas desiguais mesmo.
Essas que dizemos branco
e nos respondem preto,
dizemos direita e nos
mostram a esquerda,
se melindram por qualquer
coisinha a um ponto
que nos parece impossível
achar um lugar,
mesmo apertadinho,
dentro do nosso coração.
Talvez seja possível olhando
para nosso interior,
tirando a máscara,
lavando o rosto
e reconhecendo nossas
próprias imperfeições,
que tanto tememos
encontrar nos outros.
O que nos assusta
nos outros não é o fato
de serem que são,
mas de nos
mostrarem quem
somos.
É o mesmo quando
achamos todos os defeitos
de educação nos filhos
dos outros e fechamos
os olhos dentro da nossa
própria casa.
Ou quando achamos soluções
e somos bons conselheiros
para os outros,
mas nossas gavetas
continuam
cheias de coisas das
quais não conseguimos
nos livrar.
A honestidade de cada
um de nós deveria ser
vista primeiro e antes
de todas as coisas diante
do nosso espelho,
num dia bem claro,
onde todas as marcas
são visíveis,
todos os detalhes,
perceptíveis.
Se somos capazes
de nos amar apesar de tudo,
somos capazes de amar
os outros apesar de tudo.
As pessoas são quem são,
elas possuem belezas
que nem sempre mostram,
dores que nunca percebemos,
segredos ou temores
escondidos no mais
profundo da alma
e defeitos que podem ser
vistos e compreendidos...
exatamente como nós!!!
Nós,
que buscamos compreensão,
atenção, tolerância,
perdões e o amor dos outros,
somos, no fim das contas,
flores imperfeitas como
tantas outras.
Mas mesmo as flores
imperfeitas merecem
seu dia de sol na terra,
porque são imperfeitas,
mas são e serão
eternamente flores.
TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto enviado aos amigos do
"Grupo Mensagem de Domingo"
no dia 02 de Março de 2.014.
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