sábado, 9 de abril de 2011

O coração é um sonhador

Quando buscamos no passado
as razões para a felicidade
do presente,
enganamos a nós mesmos.

Aquilo que ficou ao longo do
nosso caminho,
ou não era nosso,
ou não soubemos carregar.
O fato é que ficaram para trás e a vida
não nos permite a volta no tempo.

O hoje é o agora,
as nuvens que encobriram o sol,
a solidão buscada ou indesejada
e a esperança de que amanhã
seja tudo diferente.

O hoje é aquilo que não
sabemos aproveitar porque gastamos
nossas energias a pensar no
que perdemos ou não temos.

Nada podemos construir se
estamos ocupados com
outras coisas.

O coração é um sonhador.
É preciso ter cuidado com ele.
Se ele torna a vida mais doce e suave,
pode conduzir também a perdições.

O coração não tem raízes e
de raízes precisamos.

Devemos ser como as árvores,
fincadas no chão,
com os braços e a cabeça
abandonados ao vento.

Da realidade tiramos nosso alimento,
nossas lições,
nosso sal tão necessário ao
equilíbrio da vida;
dos nossos sonhos,
tiramos nossos momentos de evasão,
aquilo que nos permite,
no fim de tudo,
viver e sobreviver.

É quando as árvores perdem
suas folhas e parecem feias
e abandonadas,
que se preparam para algo novo.

Sonhos chegam e sonhos se vão,
mas as raízes continuam
fincadas no chão.

Quando olhamos para o passado,
as coisas parecem bem mais
perfeitas do que eram realmente,
porque o sabor doce é o que
gostamos de prolongar.

Só que passado não volta,
mesmo se vive escondido
no coração.

O hoje é o hoje,
com todas as dores e todos
os amores acumulados.

O hoje são os filhos,
o trabalho,
a idade que não perdoa,
o tempo que não conseguimos segurar.

O coração sonha e é bom
que seja assim.
Precisamos disso.
Precisamos desse momento de repouso,
dessa pausa que nos dá
coragem para dar um passo a mais.
Mas ele não pode nos perder,
não pode jogar fora o que
foi construído e o que
nos pertence.

Se devemos caminhar,
tem que ser daqui para a frente;
se devemos reconstruir,
tem que ser daqui para a frente;
se devemos recomeçar,
tem que ser com aquilo que
possuímos e não com sonhos
que não se realizaram no passado
e parecem estar à nossa espera.

Temos que viver o hoje e assumir
a vida de forma inteira e incondicional.
Só quando vivemos dentro
da realidade é que conseguimos
seguir em frente de maneira equilibrada.

A vida é dom de todos nós.
Se é mais curta,
melhor ou mais interessante
para uns que para outros,
isso não é importante.

Pegamos o que nos é dado e por
isso devemos ser agradecidos.

Antes de dar a chance
ao coração de falar um
pouco mais alto,
coloque-o em ordem.

Não o compare,
nem compare-se com ninguém,
pois cada qual é dono do
seu próprio caminho.

Siga,
sem olhar para trás e nem
para os lados.

Seja,
com o que possui,
simplesmente,
feliz!

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 17 de Abril de 2.011.

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