segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para se guardar um amor

A gente nunca deveria se
acostumar com o amor.
Deveríamos ter sempre essa
sensação de novo,
novidade, como se, cada manhã,
descobrindo o nascer do dia,
nos extasiássemos diante do espetáculo
como se ele jamais tivesse
acontecido antes.

Falta cuidados com o amor,
com a nobreza dele e é por isso
que ele se apaga.

O frio no estômago passa logo
que o amor toma posse,
o coração bate menos rápido com
o decorrer dos dias,
a saudade precisa de mais tempo
para ser sentida e os hábitos
se instalam.

A diferença básica entre
homens e mulheres é que a primeira
parte é mais racional,
vê e ouve somente o que quer,
se satisfaz com mais facilidade
fisicamente e a segunda... ah,
a segunda!... essa é a guardadora
dos sonhos que faz com que muitos
relacionamentos continuem até depois
que o sentimento acabou.

As mulheres trazem quase
sempre escondido no peito a
caixinha de promessas dos
primeiros encontros,
dos primeiros suspiros,
primeiras palavras trocadas,
elas guardam datas,
tentam adivinhar os desejos,
se especializam em surpresas e
esperam secretamente
ser adivinhadas.

Algo que aprendi com
o tempo foi que o amor não é um
conjunto de compatibilidades,
mas a aceitação das incompatibilidades.

Não amamos a outra pessoa quando
ela tem algo que nos agrada,
mas quando o que não nos agrada torna-se
menos importante,
mesmo se continua a existir.
O amor está na diferença do contrapeso.

É preciso,
para se guardar um amor,
ter-se a memória fraca para certas
coisas e um coração desesperadamente
atento para outras.

É preciso conhecer certos detalhes
e dar-lhes a devida importância,
apreciar o pôr do sol como se fosse
a primeira vez e se dar as mãos como
se elas nunca se tivessem separado.

:: :: :: :: :: ::

COMENTÁRIOS DA AUTORA

:: :: :: :: :: ::

O dia do amor está chegando,
como se todo dia não fosse dele.

Há corações enamorados,
apertados e outros desesperados.

Há, espalhados pelo mundo,
corações que dariam tudo para
ter o amor de volta,
outros para ter, simplesmente ter,
um amor, pequeno que fosse,
mas que dessa a emoção e a sensação de vida;
há ainda os que fazem inúmeras
promessas para não perder,
ou para tentar recuperar o que nem
se sabe se recuperação tem.

O dia do amor está chegando
e há muitos corações espalhados por
aí que nem se dão conta da sorte que têm,
do valor incomensurável que
é uma vida a dois,
com partilhas de planos e sonhos.

Aos amores adormecidos,
digo e desejo uma cosa:
que abram os olhos.

São nas diferenças que aprendemos
a conhecer o que está além de nós,
é na nossa parte diferente, mas parte,
que está 50% da nossa riqueza,
onde estão as pérolas que só um mergulho
profundo nos permite descobrir.

Gosto de falar sobre o amor,
mas às vezes me limito.
Portanto,
o que será de uma poeta se
não falar de amor,
se não desnudar sua alma ao mais
nobre de todos os sentimentos?

Obrigada a todos vocês pelo carinho,
divulgação e visitas.

Que esse domingo seja abençoado,
lindo e florido!

Fiquem no amor de Cristo e até breve,
se assim Deus permitir!

TEXTO: Letícia Thompson
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 13 de Junho de 2.010.

Nenhum comentário: