sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O homem que vê a alma ...

Ninguém nota aquele
homem simples caminhando
por entre as vielas,
entre o lixo acumulado nas calçadas.

Ele observa moradores de rua
que fazem de cada canto
o seu refúgio.

Ele enxerga
além das feridas nos pés,
da sujeira dos corpos.

Ele vê a alma de cada um
e percebe dores
morais que marcam, ferem.

Um que a bebida tomou conta
e destruiu sua família,
outro que abusou da própria filha,
alienados pelas drogas,
abandonados pelo mundo.

Em outro quarteirão,
o luxo contrasta com o lixo,
ele observa jogadores,
mulheres que vendem seus corpos,
a mesa de bebidas,
chefes de família semi-embriagados,
e por dentro de cada um,
ele que observa almas,
vê o vazio,
a ausência das próprias
personalidades,
gente procurando preencher
o que não sabem,
apenas sentem.

O homem segue seu caminho,
é um viajante do tempo.
Logo se depara com um
templo enorme,
entra e vê pessoas cantando,
entoam hinos,
alguém fala do amor,
a multidão silencia.

Muitos se comovem,
e o homem que vê almas
percebe aqui e ali desejos
de mudança,
pessoas sendo preenchidas
pelo que é invisível,
e essas pessoas se alegram.

Outras no entanto,
observam as outras pessoas,
reparam nas roupas,
invejam quem está acompanhado,
maldizem a própria sorte,
pensam nas tarefas
que às aguardam em casa,
não vêem a hora de
irem embora.

O homem que vê almas sai e
depara-se com um menino na rua,
pobre, maltrapilho,
pés no chão,
parado com os olhos
fixos no céu.

O andarilho do tempo pergunta
o que ele procura,
o menino segura graciosamente
na sua mão,
sem medo,
e mostra uma estrela distante,
dizendo que é Jesus.

Curioso,
o andarilho pergunta como ele sabe,
o menino diz que a mãe enquanto
vivia o ensinou.

Disse que toda vez que
ele sentisse fome,
deveria olhar para a estrela e
pedir para Jesus o pão.

Toda vez que ele sentisse
frio ou sede,
pedisse para Jesus uma
coberta e água.

O andarilho quis saber então,
se aquilo funcionava,
e o menino afirmou que mesmo na rua,
nada lhe faltava.

Nesse momento,
o andarilho emocionado,
olhou para a estrela e acreditou,
tudo o que Ele havia passado
havia valido a pena.

Ele era a estrela, a própria luz,
que ouvia daquele menino sem nada,
que a razão de tudo era ele,
o próprio Jesus.

Que o seu Natal tenha
uma razão de ser,
que você se preencha
com o encanto,
não dos presentes,
nem da mesa farta,
mas da doce presença
do espírito santo.
que é uma estrela iluminada
pelos que acreditam,
que tudo vale a pena,
porque a alma não é pequena.

Feliz Natal

Eu acredito em você.

TEXTO: Paulo Roberto Gaefke
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 13 de Dezembro de 2.009.

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