quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perder alguém querido ...

Não há palavras para expressá-la.
Não há livro que a descreva.

Por isso,
o melhor jeito
de consolar é falar pouco,
orar junto,
sentir junto e estar presente,
cada um do jeito que sabe.

Palavras não explicam
a morte de alguém querido.

Sabem disso o pai,
a mãe, os filhos, os irmãos,
o namorado e a namorada,
o marido e a mulher,
amigos de verdade.

Quando o outro morre,
parte do mistério da vida
vai com ele.
A parte que fica torna-se
ainda mais intrigante.

Descobrimos a relação
profunda entre a vida e a
morte quando alguém
que era a razão,
ou uma das razões,
de nossa vida vai-se embora.

Para onde?
Para quem?
Está me ouvindo?
A gente vai se ver novo?
Como será o reencontro?

Acabou-se para sempre,
ou ela apenas foi antes?
Por que agora?
Por que desse jeito?

As perguntas insistem
em aparecer e as respostas
não aparecem claras.

Dói, dói, dói e dói...

Então a gente tenta
assimilar o que não se explica.
Cada um do jeito que sabe.

Há o que bebe,
o que fuma, o que grita,
o que abandona tudo,
o que agride,
o que chora silencioso num canto,
o que chama Deus para uma briga,
o que mergulha no fatalismo e o que,
mesmo sem entender ou crer,
aposta na fé.

Um dia nos veremos de novo...
enquanto este dia não chegar,
entes que eu amo sei que
me ouvem e oram por mim,
lá, junto de Deus.

Para eles a vida tem,
agora,
uma outra dimensão.
Alcançou o definitivo.

Quem fica perguntando
e sofrendo somos nós.

Mas como a vida
é um riacho que
logicamente deságua,
a nossa vez também chegará e,
quando isso acontecer,
então não haverá
mais lágrimas.

As que aqui ficaram
chorando terão a sua explicação.

Por enquanto,
fica apenas o mistério.

Alguém que não sabemos
por que nasceu de nós e por
que cresceu em nós,
por que entrou tão de
cheio em nossa vida,
fechou os olhos e foi-se embora.

Quem ama de verdade
não crê que se acabou.

A vida é uma só:
começa aqui no
tempo e continua,
depois,
na ausência de tempo
e de limite.

Alguém a quem amamos
se tornou eterno.
E essa pessoa já sabe
quem e como Deus é.
E também sabe
o porquê de sua partida.

Por isso,
convém falar com ela
e mandar recados a Deus
por meio dela.

Se ela está no céu,
então alguém,
além de Deus,
de Jesus e dos santos,
se importa conosco.

Definitivamente,
não estamos sozinhos,
por mais que doa a solidão
de havê-la perdido.

Mas é apenas por pouco tempo.
Quem amou aqui,
sem dúvida,
se reencontra no infinito...

TEXTO: Pe. Zezinho, scj
Do livro: Orar e pensar como família - Paulinas
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 01 de Novembro de 2.009.

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