segunda-feira, 11 de maio de 2009

Coração de mãe

O coração de mãe é aquele que se divide em dois,
três ou mais,
que se quebra em pedacinhos e continua
fazendo de conta que está inteiro,
porque uma mãe é uma estaca na qual os filhos
se apóiam e ela precisa dar o exemplo.

O coração de mãe chora baixinho e escondido,
fica apertado e ela faz-se de forte.
Ela gostaria de pegar em seus ombros
todas as dores dos filhos e a impossibilidade
disso dói ainda mais nela.

Ela engole seco,
suporta o nó na garganta e veste a capa dos fortes.
O coração de mãe adivinha,
inquieta-se, alegra-se.

A vitória dos filhos vale mais que a
própria vitória e ela vibra,
orgulha-se,
quer contar para o mundo inteiro.

Tiram-lhe um filho e parte um pedaço da sua alma,
absolutamente irrecuperável.
E ela deverá aprender a sobreviver assim...
porque um filho não substitui outro e nada
no mundo substitui um filho.

O coração de mãe nem sempre compreende,
mas aprende a tolerância e cultiva a esperança.
Ela possui remédios pra tudo e nem sempre
sabe lidar com a própria dor.

Ela esquece-se, reflete-se nos filhos.

O coração de mãe não lhe pertence.
E ela assume,
curva a cabeça e ainda agradece.
Seus filhos serão suas eternas crianças,
mesmo que ela tenha 100 anos e eles 80.
Eles são e serão o maior de todos os
presentes que Deus lhe ofertou.

* * * * *

COMENTÁRIOS DA AUTORA

Só depois, muito tempo depois,
quando o Senhor me permitiu ser mãe é que pude
compreender o coração da minha mãe e o quanto
deve ter sofrido com a minha vinda para tão longe.
Eu choraria rios de lágrimas se tivesse minhas
filhas separadas de mim, mas,
como minha mãe,
me alegraria com a felicidade delas,
contaria cada segundo para reencontrá-las e
elas estariam cada manhã e cada noite nas minhas orações.
Assim vive minha mãe por mim...

Só compreendemos inteiramente o coração
de uma mãe depois de nos tornarmos mãe.
Aí sim, nosso coração assemelha-se ao dela,
aí sim aprendemos o que é sentir a dor pelo outro,
sentir dobrado,
ter o coração moído e não poder fazer
nada além de orações.

Queremos ser logo adultos,
grandes e independentes e custa-nos aceitar
que para ela seremos sempre e para sempre suas crianças,
frutos das suas entranhas e que ela vai sempre
nos olhar com os mesmos olhos,
quer tenhamos 5 ou 50 anos.

O coração de uma mãe
é algo indecifrável e incompreensível,
mas é também o maior e mais bonito
de todos os corações.

Queria hoje homenagear todas as mães,
as que vivem, as que se foram,
as que serão.
Queria deixar meu carinho e agradecimento
a Deus por nos termos feito
assim, benditas.

# # #

TEXTO E COMENTÁRIOS: Letícia Thompson
* * * * *
Texto enviado aos amigos do Grupo Mensagem de Domingo,
dia 10 de Maio de 2.009.

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