quinta-feira, 23 de abril de 2015

Olhe Ao Redor


























Olhe para todos a seu
redor e veja o que temos
feito de nós.
Não temos amado,
acima de todas as coisas.
Não temos aceito
o que não entendemos
porque não queremos
passar por tolos.

Temos amontoado
coisas,
coisas e coisas,
mas não temos um
ao outro.
Não temos nenhuma
alegria que já não
esteja catalogada.
Temos construído
catedrais,
e ficado do lado
de fora,
pois as catedrais
que nós mesmos
construímos,
tememos que sejam
armadilhas.

Não nos
temos entregue a
nós mesmos,
pois isso
seria o começo de
uma vida larga e
nós a tememos.

Temos evitado cair
de joelhos diante do
primeiro de nós que
por amor diga:
tens medo.

Temos organizado associações
e clubes sorridentes onde
se serve com ou
sem soda.

Temos procurado
nos salvar, mas sem usar
a palavra salvação para não
nos envergonharmos
de ser inocentes.
Não temos usado
a palavra amor para não
termos de reconhecer sua
contextura de ódio,
de ciúme e de tantos
outros contraditórios.

Temos mantido em segredo
a nossa morte para tornar
nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por
não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado
com falso amor a
nossa indiferença,
sabendo que nossa
indiferença é angústia
disfarçada.

Temos disfarçado com o
pequeno medo o grande
medo maior e por isso
nunca falamos o que
realmente importa.
Falar no que realmente
importa é considerado
uma gafe.

Não temos adorado por termos
a sensata mesquinhez de nos
lembrarmos a tempo dos
falsos deuses.
Não temos sido puros
e ingênuos para não
rirmos de nós mesmos
e para que no fim do
dia possamos dizer
"pelo menos não fui tolo"
e assim não ficarmos
perplexos antes de
apagar a luz.

Temos sorrido em
público do que não sorriríamos
quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de
fraqueza a nossa
candura.

Temo-nos temido um
ao outro,
acima de tudo.
E a tudo isso consideramos
 a vitória nossa de
cada dia.

TEXTO DE: Clarice Lispector
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Texto enviado aos amigos do
"Grupo Mensagem de Domingo"
no dia 26 de Abril de 2.015.
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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Tempo de reconhecer






















Não ao desespero sem fundamento,
aquele que vem da falta de
visão ou perspectiva.
Não ao desabamento dos
sonhos que ainda nem cresceram;
não aos que não insistem
e desistem na primeira barreira.

É preciso ter mais do que
um desejo para conquistar.
É preciso ter mais do que
olhos para enxergar além dos outros.

É preciso amar além do
amor banal e carnal,
para perdoar e seguir.
É preciso ter fé que
move montanhas para
fazer sua oração.

Por isso,
diante da dor que
parece não ter fim,
não se deixe abater,
mas viva o luto da perda,
chore a angústia do
não ter, mas se erga,
e diante dos incrédulos
que insistem em
te menosprezar,
mostre o sorriso de
quem já sabe que
vai vencer,
porque a duras penas,
você aprendeu a
sobreviver.
A fazer de cada erro
um aprendizado,
e já sabe se valorizar.

Você já sabe,
que para se levantar,
é preciso RECOMEÇAR!

Acerte o passo e caminhe.
Olhe para o céu e
não desanime.
Não ha barreiras que
a sua determinação
não possa vencer.

Hoje é o dia certo,
feito pra você crescer.

Que assim seja!

TEXTO: Paulo Roberto Gaefke
* * * * *
Texto enviado aos amigos do
"Grupo Mensagem de Domingo"
no dia 19 de Abril de 2.015.
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sábado, 11 de abril de 2015

O trem parado


















O olhar parado sobre
o passado que não volta,
é como um trem abandonado
nos trilhos de uma
antiga ferrovia.
O tempo passa e o trem
não se mexe,
não se mexendo,
vai enferrujando,
enferrujando vai
sendo comido,
devorado pelos dias
que avançam.

Depois de algum tempo,
o trem já não serve nem
para sucata.
Assim somos nós quando
paramos em algum lugar
do passado.
Esperando o amor
que não volta,
o filho que partiu,
o ente querido
que morreu,
o amigo que
correu.

Vamos sendo carcomidos
por dentro e por fora,
as oportunidades vão
passando e a
gente morrendo lentamente.

Deveríamos ser
obrigados a arrastar
nosso trem,
ainda que alguns metros
por dia.
Como a Lei que
proíbe deixar carros
velhos nas ruas.

Não deveríamos jamais
viver nosso luto por
tanto tempo.
Saudade sempre,
luto eterno nunca!

Acordar para
a vida é mais do
que se oferecer uma
nova chance.
É valorizar o que
nos foi dado de mais
precioso: a nossa
existência.

Não se iluda,
nada é de graça.
Até o ficar parado
nos será cobrado.
Acorde e mova
o seu trem,

ainda que esteja um
pouco enferrujado.

Nada como a brisa
do dia para despertar
novas motivações,
e algo sopra no ar e
vem com o tempo e me diz:
você tem tudo
para ser FELIZ!

TEXTO DE: Paulo Roberto Gaefke
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Texto enviado aos amigos do
"Grupo Mensagem de Domingo"
no dia 12 de Abril de 2.015.
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